Investidores estrangeiros aumentam fatia na dívida pública brasileira

Apesar do aumento, participação na dívida pública brasileira ainda está longe do recorde de 2015

Os dados mais recentes do Relatório Mensal de Dívida (RMD) do Ministério da Fazenda revelam um aumento na participação de investidores estrangeiros na dívida pública brasileira, que atingiu 10,2% em março, ante 9,8% no mês anterior. Apesar deste crescimento, a participação estrangeira está longe do recorde de 20,8% alcançado em 2015.

A redução ao longo dos anos está relacionada às mudanças de rating do Brasil, que recentemente teve sua perspectiva alterada de "estável" para "positiva" pela Moody’s Ratings, mantendo-se ainda no nível de risco especulativo Ba2. A Moody’s baseou essa mudança em uma visão mais otimista sobre o crescimento econômico e progresso fiscal do país.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destaca que, apesar dos avanços, o Brasil ainda está longe de alcançar novamente os níveis de 2015, necessitando de controle da dívida pública, superávits fiscais consecutivos e crescimento econômico sustentável. Ele explica que a participação estrangeira é importante para a diversificação de investimentos, atração de capital, redução de custos de financiamento, aumento da confiança no mercado e estímulo ao desenvolvimento do setor.

Investidores estrangeiros têm preferência por títulos prefixados de longo prazo devido aos bons prêmios oferecidos pelo Brasil, o que beneficia a administração da dívida pública ao ajudar a reduzir as taxas de juros. Jefferson Laatus, estrategista-chefe da Laatus, menciona que fatores externos, como o crescimento chinês e juros americanos, além de questões fiscais e políticas internas, impactam o fluxo de capital estrangeiro. Laatus afirma que o Brasil precisa cumprir seu plano fiscal para recuperar seu grau de investimento, mas mudanças na meta fiscal podem atrasar essa recuperação.


Fonte: Seu Dinheiro


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